Artigo de opinião | Como prefere ser enganado?

22 Outubro 2015

Provavelmente não há nenhuma área onde tanto se aproveite da ignorância alheia como na saúde em geral e na nutrição em particular. Detectar os peritos em pseudo-ciência não é tarefa fácil, mas existem alguns requisitos que quando cumpridos nos podem ajudar a identificar quer falsos profissionais, quer profissionais falsos (a obtenção de uma licenciatura não é infelizmente sinónimo de competência em muitos casos).

Por isso, estes "peritos" são geralmente pessoas que "nunca se enganam e raramente têm dúvidas", até porque a "sua verdade" está sempre consubstanciada em fontes científicas tão credíveis como o Google, Facebook, YouTube e media generalistas. Na eventualidade destes peritos estarem ligados à comercialização de suplementos alimentares, possuem igualmente uma "narrativa" muito bem ensinada. Desde "os alimentos de hoje que não têm nada a ver com os dos nossos avós" a "ninguém tem vida para comer cinco porções diárias de hortofrutícolas" como pretexto para a toma de multivitamínicos, a produtos milagrosos que foram desenvolvidos por "cientistas da NASA" ou por um "prémio Nobel da Química/Medicina" para os revestir de credibilidade. Tudo serve quando o objectivo é ganhar dinheiro à custa da ignorância alheia.

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